MP pede prisão de delegado investigado por extorsão em Manacapuru

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Delegado Ericsson Tavares. Foto Polícia Civil/AM

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) entrou com um pedido na Justiça para que o delegado Ericson de Souza Tavares, preso por extorsão no município de Manacapuru, no interior do estado, volte a ser preso. O pedido foi feito após o suspeito publicar vídeo com gesto obsceno e palavrão.

Rede Amazônica entrou em contato com a defesa do delegado e aguarda um posicionamento.

No mês passado, a Justiça mandou soltar o delegado e três policiais civis que estavam presos suspeitos do crime. Após a soltura, o MP informou que o delegado publicou o vídeo onde “zomba” da situação, o que motivou o Ministério a pedir a prisão dele novamente.

No vídeo, o Paciente, além de cantar funk e usar palavrões, mostra o dedo do meio e zomba da situação que levou à sua prisão. A atitude do agente causou indignação entre os internautas, que consideraram a ação um desrespeito às investigações e às vítimas dos crimes de extorsão e sequestro pelos quais ele e outros policiais foram acusados”, diz o MP.

Ainda segundo o MP, o delegado detém poder de influência e que faz parte de uma “associação criminosa” e que estando em liberdade, pode trazer riscos à sociedade ou ordem pública.

“Não se pode ignorar o fato de que Ericson de Souza Tavares é delegado da Polícia Civil, o qual detém poder e influência inerentes ao cargo público. Tal circunstância somada à publicação de vídeo nas redes sociais, em que escarnece do Poder Judiciário, cria medo nas vítimas e frustração nos agentes públicos que procederam à prisão do ora Paciente, temendo, inclusive, pelo êxito da sequência da investigação”, alega o Ministério.

Além da solicitação da prisão, o MP pediu para que o delegado seja afastado de suas funções.

O caso

A prisão em flagrante dos agentes ocorreu no dia 23 de março, após denúncias anônimas. Ao todo, 11 pessoas foram presas. Entre elas, o delegado Ericson de Souza Tavares, titular do 6° Distrito Integrado de Polícia de Manaus.

Conforme o Boletim de Ocorrência (BO), todos são suspeitos de extorsão mediante sequestro, associação criminosa, ameaça, entre outros crimes. Além de Ericson, há três investigadores, cinco policiais militares, sendo quatro cabos e um sargento, além de dois civis envolvidos no caso.

O caso veio à tona após a polícia militar informar que três veículos estariam envolvidos em um suposto sequestro no bairro Correnteza, no município em questão.

Segundo relatos de testemunhas, a denúncia partiu da família das vítimas, que disseram que um grupo armado chegou à residência e se apresentou como policiais.

Na ação, os envolvidos levaram duas pessoas. Após algumas horas sem serem apresentados na delegacia, a família da dupla resolveu procurar pela polícia.

Com a denúncia, as polícias Civil e Militar foram acionadas para investigar o caso. No fim da tarde do dia 23 de março, os agentes interceptaram o carro e encontraram os policiais civis na estrada AM-352, em Manacapuru. Já o grupo de PMs foi preso na cidade de Novo Airão.

Fonte: G1

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