Seca na Região Norte causou mais de R$ 1,1 bilhão em prejuízos, diz CNM

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A Situação de Emergência contempla 73 comunidades rurais e, praticamente, todos os bairros da cidade

Os efeitos negativos causados pela seca que assola a Região Norte do Brasil já afetaram mais de 900 mil pessoas e causaram, até balanço de 17 de julho, prejuízos econômicos de mais de R$ 1,1 bilhão. De acordo com dados registrados no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) e analisados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), 209 cidades decretaram situação de emergência de janeiro a julho de 2024.

Dos sete estados que compõem a Região Norte, cinco enfrentam problemas decorrentes da seca em 2024: Amazonas,  Pará,  Rondônia,  Roraima e  Tocantins. Se arrastando desde janeiro de 2024, a seca causa um grave desequilíbrio hidrológico, baixando severamente os níveis dos rios Jurupari, Negro e Tarauacá.

Os 209 Municípios da Região Norte em situação de emergência por seca emitiram 242 decretações neste ano. Isso porque alguns enfrentaram a emergência mais de uma vez somente no primeiro semestre. Ainda de acordo com o S2ID, os Municípios do Tocantins são os mais afetados, pois já registraram 140 decretações, seguidos pelas cidades de Rondônia, com 80 registros.

Prejuízos financeiros

De janeiro a julho de 2024, a seca na Região Norte causou mais de R$ 1,1 bilhão em prejuízos. A maior parte deste valor – 85% – refere-se ao setor agrícola, já impactado em mais de R$ 933 milhões.

A CNM chama atenção sobre a severidade da seca que castiga o Norte do Brasil neste ano. Somente nos primeiros sete meses de 2024, os prejuízos de R$ 1,1 bilhão já correspondem a 50% do total calculado nos últimos 11 anos. Entre 2013 e 2023, a seca causou cerca de R$ 2,2 bilhões de prejuízos na região.

Além de danos às propriedades rurais, a seca severa contribui para o aumento de incêndios florestais, a degradação ambiental, perdas financeiras e de produção na agropecuária e a suspensão de serviços essenciais, como o abastecimento de água potável para consumo humano.

Fenômeno El Niño

Os efeitos do El Niño têm causado seca extrema na Região Norte do país desde 2023. O fenômeno contribui com o aumento do risco de incêndios florestais, de escassez de recursos hídricos, de desabastecimento de água potável e de prejuízos econômicos em vários setores da economia.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño ocorre quando as águas do Pacífico, próximas à linha do Equador, passam por um aquecimento acima do normal. Ao provocar mudanças na formação de chuvas, na circulação dos ventos e na temperatura, impacta de forma diferente as regiões da América do Sul e, consequentemente, o Brasil.

A CNM acompanha com preocupação a situação da seca que assola a Região Norte e tem alertado as autoridades da administração pública federal e estaduais sobre os problemas causados aos Municípios, que operam no limite em decorrência desse evento adverso.

Fonte: CNM

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